Atordoado na noite
Durante a noite, derramei as minhas lágrimas, ouvi baixinho a minha música... calado, atordoado e em um silêncio minúsculo e uma dor pequena. Estou bêbado de tantos sonhos, ilusões, paraísos..., amores perdidos e tenho meu coração varrido.
Me apertei para chorar, mas... não é isso, não é bem assim. Largo-me no chão, nos cantos mais escuros e nas paredes mais frias. Me pego caindo de novo, delirando novamente e admirado com tanto engano.
Me ache, me abrace, me beije, eu necessito de amores perdidos, de pessoas incompreensíveis e de defeitos recolhidos. Aonde foram? Isso me fascina... me deixa mais desprevenido.
Me engane com suas palavras doces, me leve com seu teatro vagabundo, me carregue com seu circo fajuto. Sou totalmente caído em ti e loucamente apaixonado por ti. Me encante, me proporcione a maior experiência, mesmo que seja ela corrupta e amarguravelmente desinteressante..., pois é assim que estou.
A morte é a única certeza, de tudo são as incertezas e nós somos a dúvida. Para que viver, se não aproveitar? Se não há lembranças dentro de si, não houve vivência, escondesse-se do mundo. Melhor do que as palavras são os olhos... falam através de seu silêncio cortante e seco, abrem mais feridas do que ser atacado por um urso. Seria melhor um urso.