O sono de um poeta
Dormi taciturno num depósito de livros
Na madrugada sonhei que estava livre
Viajei num mundo de fantasia
Mergulhei nas ondas da poesia
O Machado de Assis me convidou para um dueto de contos
O Monsueto cantou minha última canção
A melancolia não quis se manifestar
E Noel Rosa compôs samba de raiz
Escrevi um poema contemporâneo
Versos livres sem classe, sem métricas, sem pistas
Ouvi aplausos da arquibancada das estantes
Uma torcida organizada de escritores romancistas
E quando acordei, senti o cheiro de papel
Um gosto de baunilha do céu de minha boca
E sobre a página aberta de Carpeaux
Lembrei-me apenas da minha dor