O dia em que conheci Kali

Olhos nos olhos e ela me contou sua vida, dos seus traumas e desamores,

se despiu da pele e músculos que tinha,

me mostrou as marcas em seus ossos.

O sorriso simples e cativante dava lugar ao brilho de lágrimas nos olhos.

Sem perder a ternura, sangrou a cada palavra.

Falou de sua fúria e de como tirou árvores do chão e estremeceu montanhas,

de como enfrentou demônios com punhos fechados e dentes cerrados.

Falou de como já foi uma brisa suave acalentando um rosto, e como foi também uma tempestade afundando navios.

Era uma mulher, era uma mãe, era tudo que precisava ser para fazer a terra girar.

Pude sentir sua força, sua dor, era como estar distante de um tornado, uma força da natureza.

Maravilhado com o seu poder, só fiquei imovel na minha pequenez, pois estava diante de uma deusa.

Às vezes frágil como uma porcelana, às vezes cortando cabeças e lambendo sangue.

Luiz Eduardo Lopes
Enviado por Luiz Eduardo Lopes em 19/08/2023
Reeditado em 19/08/2023
Código do texto: T7865523
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