PEQUENO BALANÇO
Nasci e fui primogênito
dos homens dos filhos
de meus pais. Menino,
minha mãe me pedia e
lá ia eu, sacola na mão e
dinheiro na outra, rumo
ao mercado. Fazer compras.
E no caminho sonhava
em me tornar escritor.
Fui crescendo e fazendo
amigos, que também
gostavam de escrever.
Minha família porém
tinha que se mudar
sempre de cidade,
dada a profissão de
meu pai, auditor-fiscal.
Ele tinha que obedecer,
a direção do emprego dele
o transferia de cidade.
Ele gostava muito de ler,
em todas as nossas moradias
havia um cômodo para os
livros. Livros que eu nas
horas vagas, devorava.
Aprendi a comprar meus
próprios livros desde que
tive que trabalhar, lia e escrevia.
Mas era um escritor sem
rumo. Hoje aqui estou,
tenho dezessete anos
de vida literária, e isso não
é me gabar, é festejar com o leitor.
A cada vez que me chegam
exemplares com textos meus
eu me alegro, me realizo.
E assim sou feliz.