CAMINHOS
Qual estrada seguiremos nós,
contemplando nos dias enfim,
a vida que é dom de muitos,
a morte que é destino de todos...
Da semente ora perdida,
é a vida encontrando seu jeito,
a planta que agora crescendo,
esperança regala no peito...
O jornal levado pelo vento,
com a matéria da minha vitória,
ah, esse vento sem piedade,
sopra pra longe, desfaz minha história...
Dom Quixote estava certo,
são gigantes que nos cercam,
nos pisam, riem da nossa loucura,
por fidalgo não me atestam...
Chego à beira de um abismo,
dessa vida nada mais,
me vem a lembrança dos meus pais,
uma vertigem de saudade...
Me lanço nas profundezas,
nessa queda vem o pranto,
a morte me envolve em seu manto,
restou-me o fim, minha riqueza.