Pensei
que não me renderia ao coração de novo,
que o sol não fosse nunca embora,
que carregaria o mundo todo em um ombro,
e que não pudesse te deixar lá fora.
Pensei que nada fosse melhorar
e que tudo já tivesse tomado seu lugar.
Mas essa bagunça me faz bem.
Agora eu sei que sou só eu
e mais ninguém.
Pensei demais em partir,
mas há muitos corações
que não me deixariam ir.
Viver parece doloroso demais,
mas apenas se você permitir.
Pensei com os olhos fechados,
o sorriso confuso
e os punhos cerrados.
Pensei histórias sem finais
e elas me pareceram ideais.
Acordei sem sentir dor
e no coração não havia mais pavor.
O pânico havia passado
e voltei a gostar do calor.
Pensei que estivesse rendida,
mas no fundo sabia que não;
finalmente encontrei uma saída
e consegui espantar a solidão.
Os extremos me fizeram mais forte,
agora preciso tentar a sorte
e viver no equilíbrio,
da mesma foma que busco
no céu meu alívio.
O vento me arrepia e me guia.
Sinto falta do oceano
dentro de mim,
mas agora sei
que também habita em mim
um jardim.
Pensei que não fosse vencer,
mas estava errada.
Pensei que fosse difícil demais,
mas suportei.
Pensei que não fosse chorar,
mas chorei.
Pensei que tudo fosse acabar,
mas recomecei.