No Silêncio de Um Poema

Minhas mãos ainda choram

sobre o verniz do meu velho bandolim

que repousa calado sobre a mesa,

a voz rouca presa à garganta.

E a poesia se cala porque

as cordas do dia sussurram ausências,

tão sentidas no jardim de revoos

de um pássaro de asas de sol...

Enquanto minhas mãos choram

sobre o verniz do meu velho bandolim...

meus desassossegos se acolhem

no silêncio de um poema de luz...