Translucidez da Alma

 

Muitas vezes desejei calar...

para não deixar a alma translúcida aos teus olhos.

Desejei ardentemente me esconder,

ocultar o absurdo dos sentimentos,

o insano do bramir das chamas em meus pra dentro.

 

E tantas e tantas vezes fugi qual pássaro desassossegado de si,

com medo de garras que, talvez, nem existiam.

Outras, qual borboleta, me aproximava do fogo

para queimar minhas asas, como se a dor pudesse me acordar

e me levar para longe das chamas que ferem.

 

Ao mesmo tempo em que me aproximava, asas flanantes, do fogo,

lutava desesperadamente para me afastar das chamas

e voar horizontes de paz e luz... ao teu encontro de brisa.

 

E lutei para que me esquecessem, para que me ignorassem,

enquanto eu mesma me esquecia, me ignorava... aqui dentro...

No entanto... o bramir de minhas asas continuam...

e continuam me aproximando do fogo..

para novamente queimar minhas asas em pleno voo...

enquanto luto, desesperadamente,

para das chamas me afastar e ao Teu encontro voar...