Ao Devir
Antes que as angústias cotidianas façam com que te esqueça
Convém guardar em rincão de alma, peito e memória;
Apreender que não no passado, mas no movimento, reside a história
Regozija-se ao lembrar, então, nada há que permaneça.
Observa: na vida não há mudança que esvaneça
Luzir eternidade será sempre, portanto, idealização inglória,
Infinda neste mundo, só aquilo que é decisão compulsória;
Navegar é buscar, em maré fria, aquilo que lhe aqueça.
Atende sem pressa, e sem silêncio, esse chamado urgente
Viva despida de julgamentos, por agir como queira;
E sorria por saber, que o caminho se faz ao caminha.
São sempre mais felizes os que não temem a beira
Sinceros e loucos, sábios e poucos, não temem cair e errar;
Inventaram de descobrir que isso sim é viver, de repente.