não lembro de mais

amigos

que se tornam

conhecidos;

que se tornam

desconhecidos

por fim

às lembranças

queimadas

no travesseiro.

vozes

que se tornam

sons

misturados

no camelódromo,

no mercadão,

na feira de domingo,

no trajeto de volta

para casa

sem respondê-los.

sorrisos

que se tornam

vestígios

de alguém que você já foi;

e hoje você se encara

sem o medo,

sem o escárnio,

sem o débito

que tinha

consigo

pela palavra que julgou errada

quando todos já esqueceram,

pelo canalha que julgou perfeito

quando todos não souberam

de seu feito,

ou

pela honestidade

que sempre teve

fora do reflexo

do espelho.

Cleber Junior
Enviado por Cleber Junior em 29/07/2023
Código do texto: T7848708
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