Ecos Parnasianos
No palco da existência, o tempo em cena,
Um arlequim vestido de efemeridade,
Os astros, um cortejo em plena serena,
E a vida, um dilema em sua brevidade.
Os versos que componho, como jóias raras,
Polidos pela mão da forma e harmonia,
Em métrica e ritmo, suas linhas claras,
Ecos de um passado, da poesia.
Oh musa inspiradora, divina fonte,
Dos campos da memória, vieste a soprar,
As palavras exatas, em eloquente horizonte,
E os sonhos tecer em versos a rimar.
Busco a perfeição, em cada estrofe escrita,
O belo, o raro, a lírica expressão,
No templo da poesia, a alma é recolhida,
A sussurrar segredos em profusão.
E nas rimas ricas, que dançam no ar,
A melodia suave da forma a fluir,
Amarro os versos, como laços a entrelaçar,
A essência de um poema a surgir.
É a celebração da palavra culta,
O domínio do verso, da arte a reger,
A ode aos sentimentos, à alma adulta,
E à beleza que nos faz renascer.
Assim, trilho a senda dos antigos bardos,
No rito parnaso, com esmero e ardor,
Em cada estro, protejo tesouros guardados,
E na poesia encontro meu ser interior.