Sabedoria
Ha quem tenha dito, que eu tinha de me manter calado
Que eu vivia mal vestido
Que insistia, em fazer tudo errado
Ha quem tenha dito, que o som da minha voz era estridente
Que meus sonhos eram bobagens inocentes
Assenti, por muito tempo a oratória
Dando a esses idiotas a vitória
Mas se paro, e reflito calmamente um instante
Me percebo mais valente hoje, do que antes
Ao declarar que não me afeto com o que dizem
E o que pensam, já não é tão importante
Se mentem para mim, não merecem meu respeito
Trago a pena em minhas mãos
E coração colado ao peito
O resto, eu rejeito
Nada temo, nada lamento
Se o que tenho, além da roupa
Me foi dado pelo tempo
Sabedoria, em cabelos brancos
Hoje, eu só sinto ter demorado tanto
E regresso ao pensamento, vez ou outra
A dor de outrora
Eu queria estar com eles novamente
Com a lucidez de agora