Psirque
Nascer é um ato de valentia,
O mundo,
Do lado de fora,
Requer coragem,
Vezes loucura e ousadia.
Nós somos frutos do medo,
Temor,
Paralisia,
Tudo é perigo constante,
Vivo ou sou vigilante?
Temem por vossas vidas?
Pequeno vira gigante,
Pavor,
Que asfixia,
Querem um mundo doente,
Buscam controle de mentes,
Domínio e fantasias.
Tudo se torna distante,
Sonhos,
De barrigas vazias.
Subsistência atuante,
Circo de tenda gigante,
Outro,
O ator principal,
Você é coadjuvante,
Narrador é comediante,
Bancos estão na plateia,
Gargalham de sua desgraça,
O enredo é massacrante,
Juros,
Se paga com a vida.
…
Em um mundo que exige respeito,
Onde seus deveres são maiores que os direitos,
Aqui se explora o preconceito,
Cada qual quer sua parte,
Quanto mais melhor,
Não se importa,
Se para outros menos.
Às vezes,
Tenho vontade de mandar tudo se fuder,
Sair por aí,
Sem destino,
Beber com novos amigos das ruas,
Até isso poder esquecer.
A covardia me freia,
O medo me cala,
A porra da consciência me culpa,
E vendo a minha dignidade por alguns trocados,
Me aprisiono na cela capitalista,
Pago contas para sobreviver.
Talvez meu único ato de ousadia e coragem seja escrever,
Mas me escondendo por entre as sombras de uma imagem,
Sou criador de outro "eu",
Cruel,
Que se alimenta da revolta,
Quer agredir o mundo,
Falar verdade a todos,
Vivo!
Que deseja o sangue fervente,
O "eu"da fantasia,
Finge que o verdadeiro morreu.