Anjo Caído

Como adorava voar por entre as nuvens,

O som da harpa,

Ainda ressoa em meus ouvidos,

A liberdade espalhada,

Nada de mal,

Um paraíso,

Onde tudo é permitido.

Não há limites,

É além à imaginação,

O conhecimento é fonte,

A fé que quebra barreiras,

Sem heresias,

Não há o que pedir perdão.

Por entre estrelas brincando,

Pegar carona em cometas,

Há tantas formas,

Tantos gostos,

E várias outras vidas,

Cada um com características específicas,

Organizadas,

Pela energia de planetas.

Me encantei pela Terra,

Humanos,

E contradições,

Eles complicam a vida,

A base,

De opiniões.

Roga a um Deus,

De mentiras,

A nós,

Clamam pela proteção,

A mente é reduzida,

Constroem as próprias prisões.

Questionam o sentido da vida,

Do ouro,

Buscam juntar milhões,

Irmãos,

De mãos estendidas,

Necessidade é pecado,

Pobreza por todo lado,

Tem a plena certeza,

Baseada em indecisões.

A curiosidade me aprisionou a esse planeta,

Por um descuido,

Um infortúnio,

Me prenderam na cadeia,

Sem permissão para voar,

Não tenho como seguir,

Cortaram as minhas asas,

Caído,

Estou por aqui,

Tenho a intenção de voltar,

Agora quero fugir,

Querem me internar,

Me dão remédios,

E quero sempre dormir.

Hoje,

Peço como humanos,

Ajoelho e faço oração,

Conheci a tristeza,

Sei o que é depressão,

Me irrito com facilidade,

E vivo pedindo perdão,

Sou culpado,

Pelo pecado não cometido,

E responsabilizo os outros,

Buscando minha salvação,

Virei mesquinho,

Virei minha curiosidade,

Virei humano,

Agora rezo,

Não apenas por mim,

Mas também por vocês.

Amém!

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 18/07/2023
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