segunda à segunda
o frio da primeira hora da manhã
o despertar lento do primeiro gole de café
a lágrima que desce na garganta
a tristeza descuidada por trinta anos
o prato esquentando com o almoço
o copo esvaziando a cada minuto
a tarde que se despede silenciosamente
e dentro de você a noite perdura
a noite que te abraça como uma velha amiga
e dentro de você está quente demais para dormir
o sono atrasado, mas acumulado, e as horas
se arrastando, se arrastando, se arrastando,
até chegar sem você reparar
o frio da primeira hora da manhã