Desencontro

De repente vejo meus ombros

E os admiro

Por tudo o que já carregaram

Minhas pernas

Por onde me levaram

Nuances incompreensíveis

Segundos de beleza

Transcendência

De repente olho como quem

Está fora

Revivo dores e abandonos

Mas percebo que todo o corpo

É solto

Interligado ao todo

Mas brilha por si

Sem ser pesado

Amparo a memória que titubeia

Teço e respeito a história

Do fim ao começo

Acenando a quem passou por mim

Neste insano desenredo

Yara do Vento
Enviado por Yara do Vento em 16/07/2023
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