MADRUGADA MALOGRADA

Como quem carrega o fardo

De ter armado sua própria armadilha

Transformando em possibilidade

Um continente ora ser uma ilha.

Foi assim o futuro que imaginei

Uma imagem que sozinho alimentei

Fora da realidade do que se passava

Longe dela me amar como eu lhe amava.

E ainda há quem acredite

Que eu não fiz

Por onde merecer

Fazendo do bem

Um mal, uma vertigem

Do amor morrer

Ao invés de crescer.

Mas, o que pude fazer

Se no espaço não tinha

Coisa nenhuma dada

Muito menos a possibilidade

De me opor e lhe socorrer

Antes de vim a madrugada malograda

Com as pessoas e ruas a se recolher.

POEMA: ANTONIO GUSTAVO