Ápice

Das vívidas flores que para você eram,

Restaram pétalas secas entre folhas amarelas.

Dentro de envelopes, onde linhas tristes reverberam

Em angustiantes pesares, ditando mazelas.

Muitos anos, enfim, se passaram

Mas não esqueço um só minuto,

Você e suas amigas, de mim zombaram

Por não ser da cidade, chamaram-me: “matuto!”.

Desde então fiquei retraído.

Medo talvez, de nova zombaria?

Podias ao menos, por mim, ter fingido

Não gostar daquela “patifaria”.

Olhou-me com olhos de insignificância

E em meio a todas, me deu desprezo.

E no ápice de sua arrogância,

Gargalhou do meu sobre peso.

Saí com o orgulho ferido,

Não tinha o porquê nem razão,

Por este artifício ter requerido,

Para maltratar meu coração.

Para o amor não tem idade,

Estado físico ou condição.

O que fez foi por maldade,

Sem nenhuma objeção.

Obrigado pelo o que me fez.

Se era um jogo entre amigas; ganhou.

Acredito que se satisfez,

Pelo papel que se prestou.