Lira
Anoiteceu.
Um breu.
Um cego vai rasgando sua lira na esquina de casa.
Um gemido de dor.
A escuridão não o atinge.
Nem sabe que a lua já apareceu...
Pululam estrelas no céu.
Ele... a lira.
Uma brisa fria toca-lhe o rosto.
Levanta-se e vai...
Em passos trôpegos.
Amanhã será um novo dia...
de escuridão... mas há a música!