Jardim de Pessoas

Todo dia, eu olho pela janela

Vejo as pessoas que habitam o meu jardim

Entro no jardim para regar as pessoas

Com palavras, sejam elas de esperança

Genuínos elogios, e até mesmo aquelas

Reluzentes e douradas, embebidas de amor

Deixo adubo para elas

Em forma de estímulos para crescimento

Um conselho, uma ajuda, um suporte

Tudo para que sejam um pouco maiores

A cada dia

Deixo-as ficarem expostas ao sol

À luz que as permite ser quem verdadeiramente são

Que possam olhar para si mesmos, sem julgamento

E com aceitação própria

Uma luz que auxilia na fotossíntese delas

O produto dela: Amor-próprio

Tudo isso combinado resulta na liberação

Do perfume de suas pétalas e folhas

Cada pessoa tem um perfume único

Característico e especial

Aparecem, no entanto, criaturas daninhas

E pessoas mal-cheirosas

Roubando todo o alimento e substrato das outras

De longe, parecem ser fixas

Porém nada que uma extração manual

Não resolva

Inclusive, elas são mais fáceis de remover

Do que qualquer pessoa bem quista

No meu jardim

Pois suas raízes são fracas

E não se fixam em nada

Olho para o outro lado da rua

E vejo a vizinha da frente

Triste por ter um jardim acabado

Poucas pessoas, com aparência

Podre e mal cuidada

Estariam elas sendo submetidas

À falta de palavras regadas

Ausência de adubo de estímulo

Filtragem de luz solar?

Não satisfeita, ela passa no meu jardim

Vez ou outra, e pega uma das pessoas

Para colocar em seu próprio jardim

Ela se pergunta se eu tenho sorte

Ou se minha terra é abençoada

Entretanto, não é difícil observar

A falta de cuidado dela com as pessoas

Que a resposta se torna clara

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 03/07/2023
Código do texto: T7828507
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