(Auto)Florescimento

Eu também tenho meus demônios

perdidos entre os oásis de minha vida,

entre as luzes que inebriam os sentidos

com novos conhecimentos e buscas

por outras e novas descobertas interiores.

 

Às vezes, me encontro quedada

diante das próprias impossibilidades,

daquelas que eu mesma construí

e que me cerram em portas e janelas

inalcançáveis à ti e à minha própria alma.

 

Ainda hoje me cerco de silêncios

e procuro ver mais as estradas inacabadas

do que os caminhos elevados

que possam me levar a algum lugar

que tenha sol e auroras de luz.

 

É que a fome de luz não cessa

e nem sempre o seu saciar é reconciliável

com o momento e o que você me oferece:

um prato silenciosamente quieto...

 

É quando o ardor da vida que brilha em mim

amaina suas doses de mais amar e viver

e eu mergulho nas águas barrentas

que brotam do poço cavado nas profundezas

como fossem um banho de felicidades

pelo molhar (em conta-gotas) os lábios e a língua...

 

Por isso, amor, eu também queria

esse aflorar cotidiano do saber,

esse religar comigo mesma, em aprendizagem,

a alma eufórica pelo próprio renascimento

e (auto)florescimento (como se isso fosse possível),

mergulhada ou, remos nas mãos,

navegando em tuas palavras em busca de teu cais...