Contradição
Desculpe a intolerância,
Mas eu tenho que ir.
Vou passar por caminhos que sempre andei,
Porém,
Nunca percebi.
Vou atacar ao inimigo olhando no espelho,
O mau com as palavras,
Bater até cansar,
Só me levem,
Quando cair.
Afrouxar as mordaças,
Que calam as mentes.
Me chamem como quiser,
Velho,
Inconsequente,
Louco,
Delinquente.
Sou a pior face de mim,
E o que achas,
Não é problema meu.
Orgânico nos versos,
Mas uso substâncias,
Que me mostram o reverso.
As mentiras espalhadas me consomem,
Não me escondo de atrás de ternos,
Da impunidade,
Não sou como você,
Quando descoberto,
Some.
Sou eu o patriarca da minha religião,
O Deus,
Em formato de homem,
Que leva almas,
Dos que não tem coração.
O alimento que não sustenta,
A água,
Que não sacia a sede,
A impunidade que atormenta.
Sou o raso,
De um imenso lago profundo,
Tenho o poder de destruir,
E reconstruir o meu próprio mundo.
O fogo que não esquenta,
Combustível que não queima,
O amor sem compaixão
Sou a rima aritmética,
A revolta que não finda,
Sou palavras,
Não sou lei,
Mas contravenção.
Sou o que há de errado,
Mas certo,
Para esse mundo de ilusão.
Sou total contradição.