Contradição

Desculpe a intolerância,

Mas eu tenho que ir.

Vou passar por caminhos que sempre andei,

Porém,

Nunca percebi.

Vou atacar ao inimigo olhando no espelho,

O mau com as palavras,

Bater até cansar,

Só me levem,

Quando cair.

Afrouxar as mordaças,

Que calam as mentes.

Me chamem como quiser,

Velho,

Inconsequente,

Louco,

Delinquente.

Sou a pior face de mim,

E o que achas,

Não é problema meu.

Orgânico nos versos,

Mas uso substâncias,

Que me mostram o reverso.

As mentiras espalhadas me consomem,

Não me escondo de atrás de ternos,

Da impunidade,

Não sou como você,

Quando descoberto,

Some.

Sou eu o patriarca da minha religião,

O Deus,

Em formato de homem,

Que leva almas,

Dos que não tem coração.

O alimento que não sustenta,

A água,

Que não sacia a sede,

A impunidade que atormenta.

Sou o raso,

De um imenso lago profundo,

Tenho o poder de destruir,

E reconstruir o meu próprio mundo.

O fogo que não esquenta,

Combustível que não queima,

O amor sem compaixão

Sou a rima aritmética,

A revolta que não finda,

Sou palavras,

Não sou lei,

Mas contravenção.

Sou o que há de errado,

Mas certo,

Para esse mundo de ilusão.

Sou total contradição.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 20/06/2023
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