Ode ao Tempo

Tempo,

Que apaga as lembranças,

E cria a história,

Senhor dos ponteiros,

Que rasga as memórias,

Decide quem fica,

És dono das horas,

Ordena quem morre,

E quem fica para Glória.

Tempo,

Que passa ligeiro,

Enquanto escrevo,

Só quando é noite,

É que te percebo,

Tu mandas na pressa,

Basta estalar os dedos,

Não para,

Não finda,

Exige respeito.

Tempo,

Que sabe passar,

Enquanto eu não sei,

Que distancia o passado,

Que insisto em reviver,

Me leva a morte,

E segue sem luto,

Eu luto,

Buscando sobreviver,

Que me atravessa,

E minha mente insiste,

Te afronta,

Não quer envelhecer.

Tempo,

Posso tentar te enganar,

Mas não te vencer,

Posso adiar,

Mas nunca conter.

Eu te desafio!

Me marque na história,

Terás o meu corpo,

Porém a minh'alma,

Irá te deter.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 16/06/2023
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