Ode ao Tempo
Tempo,
Que apaga as lembranças,
E cria a história,
Senhor dos ponteiros,
Que rasga as memórias,
Decide quem fica,
És dono das horas,
Ordena quem morre,
E quem fica para Glória.
Tempo,
Que passa ligeiro,
Enquanto escrevo,
Só quando é noite,
É que te percebo,
Tu mandas na pressa,
Basta estalar os dedos,
Não para,
Não finda,
Exige respeito.
Tempo,
Que sabe passar,
Enquanto eu não sei,
Que distancia o passado,
Que insisto em reviver,
Me leva a morte,
E segue sem luto,
Eu luto,
Buscando sobreviver,
Que me atravessa,
E minha mente insiste,
Te afronta,
Não quer envelhecer.
Tempo,
Posso tentar te enganar,
Mas não te vencer,
Posso adiar,
Mas nunca conter.
Eu te desafio!
Me marque na história,
Terás o meu corpo,
Porém a minh'alma,
Irá te deter.