Mar de angústia

O ar às vezes me falta,

E o desespero aparece,

Em um mar de preocupações,

Que quase enlouquece.

O que não mata,

Não engorda,

A fé reaparece,

São tantas as orações,

Pedidos,

E devoções,

Acho que o céu se enfurece.

Por que tanta razão?

Pagar o que se deve?

Há tanta opinião,

E isso me entristece,

Saber que estou errado,

Moral que entorpece.

Sem fugas,

Não há saídas,

Janelas e portas fechadas,

Por favor,

Sem pressão,

Paguem vossas dívidas.

Uma ligação de hora em hora,

Dia após dia,

Não me perturbem!

Vou pagar,

Não sou como os nossos,

De Brasília.

De simpática à grosseria,

Te dá prazo,

Ameaças,

SPC e Serasa,

Juros é uma mina.

Enriquecem os bancos,

Tudo pura fantasia,

Com notas que não existem,

Se perde a confiança,

E não há garantia.

Mede-se o homem pelo score,

Ninguém quer saber de sua triste história de vida,

E que Deus abençoe os abastados,

E que os afugenta da agonia,

Que a falta propicia.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 14/06/2023
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