Caminhos errados

Sei que errei. Por várias vezes.

Em vários dias. De várias formas.

Tudo que fiz me retorna

E me deixa claro

Quão tortuoso foram os caminhos

Do quais eu criei, dos quais eu cruzei

Dos quais eu sequer sabia que existiam.

Criados em passos acelerados

Quase que escavados; Rasa profundidade

De quem anda por aí esbanjando autoridade

Mas não é autorizado a quase nada.

De quem se colocou ali, vencido no grito

No agito dos membros erráticos

Do estático narrador

Que dita o que já vem escrito.

Cruzados, trombados, atrapalhados

O indivíduo que não olha para trás para se desculpar

Que passa como um trem bala

Uma navalha

Rasgando o ambiente e aqueles presentes

Em pedaços não remendáveis.

Irremediável interrupção; uma pausa na ocasião

Para sabe-se lá quando voltar.

Dos ocultos; das novidades

Da completa bobagem que foram me colocar.

Dos ecos tolos que repetem meu nome

Das pestes negras, sedentas e com fome

Que insistem em me chamar.

Das decisões que não fiz parte

Sendo minha parte a maior delas;

Das esperanças, dos sacrifícios

Dos ossos do ofício

E outras analogias do abandono.

Das noites passadas em claro

Das inúmeras lágrimas sem dono.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 14/06/2023
Código do texto: T7813144
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