Caminhos errados
Sei que errei. Por várias vezes.
Em vários dias. De várias formas.
Tudo que fiz me retorna
E me deixa claro
Quão tortuoso foram os caminhos
Do quais eu criei, dos quais eu cruzei
Dos quais eu sequer sabia que existiam.
Criados em passos acelerados
Quase que escavados; Rasa profundidade
De quem anda por aí esbanjando autoridade
Mas não é autorizado a quase nada.
De quem se colocou ali, vencido no grito
No agito dos membros erráticos
Do estático narrador
Que dita o que já vem escrito.
Cruzados, trombados, atrapalhados
O indivíduo que não olha para trás para se desculpar
Que passa como um trem bala
Uma navalha
Rasgando o ambiente e aqueles presentes
Em pedaços não remendáveis.
Irremediável interrupção; uma pausa na ocasião
Para sabe-se lá quando voltar.
Dos ocultos; das novidades
Da completa bobagem que foram me colocar.
Dos ecos tolos que repetem meu nome
Das pestes negras, sedentas e com fome
Que insistem em me chamar.
Das decisões que não fiz parte
Sendo minha parte a maior delas;
Das esperanças, dos sacrifícios
Dos ossos do ofício
E outras analogias do abandono.
Das noites passadas em claro
Das inúmeras lágrimas sem dono.