Soneto à Gazela e ao Cobrador

Após verbo que rompe com alarde,

Como Dante num drama apaixonado,

Quase um enredo mexicano ousado,

(Ao Ratinho assisto, pensei, cativado),

Silencia-se a Gazela, muda e fria,

Olhares acerados destilados,

Despedaçando a face, ilusão desolada,

Do galanteador vulgar, seu Amor, o Cobrador.

E nós, passageiros em desalento,

Sem saber se calamos ou clamamos,

Em coro ressoamos, sem tormento:

"Viva, bis! Bis! A aclamamos!"

No busão da vida, ecoa a emoção,

Soneto vivido com fervor e paixão.