O eu e o meu eu lírico
Foram-se tantos anos
Com um imenso prazer
Sem ilusões e enganos
Impossível esquecer
Essa presença estranha
Qual passei a conviver
Numa loucura tamanha
Que foi difícil entender
Um pensar tão onírico
Que agora podemos ler
Alimentou meu espírito
E conduziu meu viver
Ao deter as artimanhas
Foi que pude conhecer
A grandeza e façanha
De estar à sua mercê
Contudo, posso eu crer
Tão antigo quanto eu
Também é o bem querer
Voz que nunca se perdeu
Hoje vivo a escrever
Com um saber empírico
Faz-se tal compreender
O eu e o meu eu lírico
MARCANTE, Alexandre.
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