Bem-Vindo à Máquina, Senhor Floyd
Bem-vindo à máquina, senhor Floyd,
Ao modo de produção capitalista,
Ao sistema de triturar vidas humanas.
Dos primeiros choros até a lápide
Obedeça nossos comandos.
Sonhou com campos esverdeados
E distinto paraíso? Animou os neurônios?
Contente-se com a limitada realidade
E ocupe seu lugar no frigorífico de
Imolar as vértebras da esperança - o trabalho.
Vista a máscara social e corra na busca
Sem fim do deus dinheiro.
Com a ilusão de seus esforços
Use o elmo do magnata endinheirado,
A fina pele de ovelha em obediência aos líderes,
A coleira de cães que são nossos capatazes,
Siga a marcha dos porcos que nos celebram.
Com a cabeça atolada no chiqueiro high tech
Veja os algoritmos sequestrarem seus desejos.
Sinta passivamente as cargas do trabalho
Moendo os anelados sonhos no caminho,
Os papéis sociais apequenando os objetivos,
A vida tornada confortavelmente entorpecida.
Senhor Floyd, acha que pode se levantar?
Cansado de ser descartável tijolo em nosso muro?
Tem que lutar, não se abater ou temer o inimigo?
Não deseja abaixar a cabeça e seguir a maré
De ordeiro cordeiro aos nossos ditames?
Deseja ser um louco diamante e irradiar
Revolta contra as paredes que oprimem?
Aposte nesse jogo para não adiar a vida!