resignada

a vida passa por mim como um espectro cruza paredes

permaneço intocada pelos movimentos da existência

uma essência permanente que saliva por mudança

a vida transborda de mim como petróleo

derramamento podre e espesso

a vida que morre ininterruptamente

odor fétido de repressão

paralisia

inércia

faísca

pulsão

movimento

a vida passa por mim como carros em via expressa

permaneço asfáltica e gasta

ondas de atritos, comprimida

a vida em mim implode

ar quente e fogo

o preço que nunca estive disposta a pagar

cruzamentos e pontes levam a qualquer lugar

não há um lar para quem já nasceu perdido

Suzane S Ângelo
Enviado por Suzane S Ângelo em 29/05/2023
Código do texto: T7800594
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