O poema de um sonho.

Uma noite qualquer

Uma noite daquelas

Pela qual se esperava uma vida

Uma noite ela veio

Veio igual uma qualquer

Pra mal ou pra bem, ela veio

Do nada, não foi planejada

Tem horas na vida da gente

Que Deus age assim

Ele guarda as suas preces

Tarda o tempo

E te atende no momento

Que o pedido, uma vez esquecido

Lá se foi no vento

E você, que tornou-se arrogante

Do nada, tristemente

Ela veio do nada, num desses instantes

Veio igual outra qualquer

E você, em meio a tanta desimportância

Colocou-se à distância

Trouxe alguma outra

Estupidez qualquer

Estupidez risonha

De maneira que não tinha como saber

Que a noite corria

Você vai pra casa e dorme

Dorme, mas não sonha

E na manhã seguinte

A vida amanhecia

Disfarçada de outro dia

Tem dias na vida da gente

Que Deus age assim

Enfim

A vida é dura, justamente

Quando a gente encontra o que procura

Era uma vez uma noite

Outra vez escurecida, em sua vida

Que, de vez em quando

Trouxe um sonho e te convida

A nunca mais sonhà-lo

Qual fosse ele um qualquer.

Edson Ricardo Paiva.