Corredor

Inerte, lendo rente ao corredor de casa

sinto o vento refrescando minhas ideias,

neste longo corredor, corre incertezas,

incertezas do futuro, da família, da paixão;

mas no fluxo desse córrego há alguém mal.

A fraqueza dela tornou-se peremptória;

as mudanças do tempo vieram austeras,

o inverno pela primeira vez me é frio.

O céu azul no corredor acinzentou-se,

a melancolia virou angústia, e firme

enrijeceu-se, tornou-se tenaz e imóvel.

Uma pedra pesou sobre ela e entre

o pêndulo da vida e da morte, balançam

incertezas do futuro, da família, da paixão.

O meu medo é o meu corredor esvaziar,

e nem os passarinhos brilharem o céu,

os livros não serem mais livros, mas dor,

dor de um tempo que passou o

vento deste meu corredor solitário.

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 24/05/2023
Código do texto: T7796492
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