Atrofiado
Não há som mais constante
Pelo seu chamar, clamar
Do observar do contrair
Do músculo da empatia
De outras pessoas
Mas nunca o vi contrair
Este músculo
Tão escondido em seu corpo
Não me surpreenderia caso
Descobrisse a atrofia dessa sua
Tão oculta estrutura sua
Tão oculta que quase não a vi usar
Artista da tristeza
Você usa de sentimento frio
Azul e negativo
Como moeda de troca
Por umas migalhas de afeto
Convite para ligar os fios
Do holofote tão cobiçado
Do qual você se julga
Tão merecedor
Para mostrar suas asas
Todavia
Cada pessoa via
A sombra feita pelas suas asas
Não eram asas de anjos
Eram de morcegos
Vampiros
Demônios
Não eram animais belos e formosos
Eram bichos da mais asquerosas espécie
Daqueles que deformam o piso que pisam
Deforma o chão, afundando-o em sua volta
Prende as pessoas feito buracos de areia movediça
Capturam a atenção dos presentes
A fim de fincar os dentes e sugar
Toda a alegria, energia e felicidade
Em forma de açúcar
Entrego-lhe um pouco de oxigênio
Com uma amostra do meu afeto
Você o respira, e não tarda
Em gritar pedindo mais
Recuo, me afasto
Almejando o meu bem-estar
E confunde isso com antipatia
Usa de acusação, feia denominação
Desfeita contra sua pessoa
Mal percebe ele
Que sua presença
Já é uma desfeita
À minha