Déjà-vu

Recordes infinitos;

Aliciamento imundo;

Porteiras arriadas;

Sonolência profunda.

Assim vai indo,

Tramitando pelo meio;

Ritmo acelerado:

Insano... desumano.

A luz do fim do túnel,

Já já se apagando;

Marinheiro na proa:

Ferido, sangrando.

Preciso, brutal;

Fútil, trivial:

O leme... a bruma;

Tudo, tudo insano.

Prudente, efêmero;

Movido a vapor.

Inimigo oculto;

Ali, ao redor.

Marcado a ferro:

Achando-se eterno;

Buscando o viés:

De gravata e paletó.

Um mundo vazio;

Limitado ao tempo,

Com pouco talento,

Voraz a tremer.

Com saída nenhuma,

De difícil voltar;

Vivendo do hoje,

Sem planejar.

Furtivo, astuto;

Camuflado de pele:

O tempo da Besta,

O Profeta citou;

O Arcanjo da morte,

Em combate fatal:

Armas em punho,

Flerte, letal.

O Juiz, lá no Trono:

Semblante abatido;

À destra, o Cetro:

E o plano chegado.

Na gleba, a festa;

Tudo a sorrir;

O aviso foi dado:

Prestes a partir.

Na Pedra, o Letreiro,

Tá pouco importando:

E tudo de novo:

O indo voltando.

Rédeas afrouxadas;

Caminhos diversos;

Atentos, perversos:

Ínfimos, debochados.

De olho retrô;

Visão deturpada;

Segue a manada:

Esporte, viril;

Cumprindo a sina;

Plateia, arquibancada:

O rumo, aos ventos,

Triste jornada.

Ailton Clarindo
Enviado por Ailton Clarindo em 18/05/2023
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