Tempo
Em ampulheta que corre
A vida é quem morre
Quem existe é quem sofre
Quem vive que se adapte
Relógio contando tão rápido
Que o meu tempo não volte
Quem sabe assim eu alcanço
Quem sabe assim eu esqueço
Quem sabe um dia eu ganhe
Quem muito perde se corrompe
Quem muito vence se perde
Ódio e o orgulho são semelhantes
Ambos precisam de egoísmo
Ambos iludem e deixa-os cegos
Não durmo há quase duas décadas
Duas vidas que ainda não alcanço
As estrelas e a maldita lua
Nosso amor é lindo e noturno
Mas... tão distante...
-Vida que segue
-O tempo ainda corre e você?
-Eu o que?
-Existe ou vive?
-Eu morro, o tempo não se importa, se existo ou vivo. Ele é corrosivo.
-Mas tem algo que ele não corrói...
-O que?
-Arte, ele não corrói. Por isso eu ainda sobrevivo, mas você um dia morre mesmo... infelizmente.
(Assinatura corroída pelo tempo: Aqui jaz ninguém)