Que seja encontro
Não seja busca,
que seja encontro!
E esse é o ponto:
não ansiar
senão o acaso,
aberto ao azo
de um encontrar.
E como o vento
encontra a vela,
a luz, janela,
e o belo o olhar,
assim desejo:
do acaso o beijo,
de Tique o altar.
Nem caçador
nem presa ou caça
não vejo graça
nesse jogar.
que pra um cinquante,
um lobo errante,
só o hoje é par.
Expectativa
sigo evitada:
é forma errada
do outro olhar.
Ver só o que almejo, o
próprio desejo.
É a si cegar.
Se bruxa ou fada,
se doce ou moura.
se ruiva ou loura,
irmã, mulher!
Se amiga ou amante,
já é o bastante
quem me aprouver.
Me enlace a vida,
que a vida é encontro,
e esse é o ponto:
Viver é amar!
Ser só é morte.
Viver é a sorte
de te encontrar.