VIAGEM POÉTICA
Talvez, muito talvez
eu incorra em repetir
minhas palavras.
Mas viajo no tempo
de minha vida de
poeta. Não vou
dizer que não
envelheci. Quisera!
Meus versos
ainda me perseguem
como se eu tivesse
vinte anos. Ah, juventude
eu não tenho mais,
e viajo no tempo
de minha vida
poética. Aqui estou
a procurar um verso
que me traduza
nesta hora. Não sou
jovem, nem velho,
e leio os poetas
de minha predileção.
Eles me fazem
bem e são o meu
segredo de cantor
deste século, e deste
tempo que faz
em minha cidade,
me dando inspiração.
Se sou poeta, os
versos dirão. E só.
Antes de ir-me,
confesso: passei a vida
amando a poesia.