ALMA DOS POETAS
Sublimes versos escapam das almas dos poetas
Viajando até o fundo dos céus como balões …
Suspensos ficam no teto brilhando poesias inquietas
Refletindo olhos orvalhados em prados de emoções
Na curvatura do tempo, estrelas são colhidas
Do pomar da imaginação expostas em vitrines…
Pulsa nas veias o destilado veneno às escondidas
Vício de uma feroz fé, rotuladas pessoas tontas
Abrem-se pares de valas nas lendas do destino
Mil léguas de escrita, rabiscos de palavras sãs…
São como pequenos dias em noites de desalinho
Enchendo-nos de sonhos despertados pelas manhãs
Memorias douradas em parapeitos de alegrias
Diluem-se como aquarelas, na orbita das luas…
Entre o Norte e o Sul atingem as suas fantasias
Desde o Oeste para Leste voar com simples asas nuas
Passeiam livres nos pendores errados do rio
E golpeiam os corações em ritmo descompassado…
Com punhais enterram pequenas feridas a frio
Sonhos em fogo de amores perdidos do passado
Moldam-se como o barro em poemas de fulgor
E atracam seus desejos nas caudas das estrelas…
Destroçam-se chorando pelas solidões do amor
Deixam-se levar pelas correntes das marés cheias
Caminham ao som do acordar dos pássaros
E sacodem árvores para que caiam ninhos de prazer…
Escrevem á luz das estrelas nas pontas dos penhascos
Pisando escorpiões em desertos do enlouquecer
As gotas da saudade batem com as mãos na vidraça
Das janelas iluminadas dos pensamentos…
Implorando a se abrigarem nas muralhas da graça
Aninham-se nas brechas desnudadas dos sentimentos
Que se evacuem os oceanos e se varram as florestas
E que se apague o sol sem a lua nascer com o seu luar…
Porque os poetas não morrem! Vivem nas frases certas
E simplesmente adormecem no seu pensar…
*Aos Poetas e Poetisas do R.L.
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