Eu sinto muito.

Privada, brevemente, de forma tão sutil

Perversamente moldada por mãos apressadas

Que buscavam estancar a sangria

Do que seria inevitável.

Um estorvo, de forma tão primitiva

Cascateando nas suturas da mente, infértil,

Assim como toda sua composição.

Se fosse plena, bastaria

Mas a concepção de plenitude não existia

Juntamente com muitas outras coisas

Que antes deveriam vir.

Eu vejo por seus olhos.

Eu sinto seu vazio, a privação dos sentidos

O peso de não ter uma segunda chance

E ver a sua primeira, diariamente, conduzida

Sem lamber as próprias feridas

Por não conseguir alcança-las.

Eu sinto muito. De verdade.

Esperaria que um Deus provido de infinita bondade

Não submetesse ninguém a este tipo de tortura.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 09/05/2023
Código do texto: T7784370
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