ADOÇA-ME!
Adoça-me os olhos com o seu bailar
Diante do meu corpo nu
Feito sereia no mar.
Serena minha alma
Que busca neste aconchego
A seiva na selva amada.
Assim, tão lânguida
Sinto-me entre estar só
Ou estar sendo amada.
Parecem pintura estes verdes mil tons.
E o marrom da terra e o azul do céu?
É arte divina, como a abelha fazendo mel.
Deixe-me aqui. Um leve sol entra
Através das folhas, corta a brisa mansa
Que vem do lado do rio.
Aquecida estou, elevada a um patamar sutil
Entre deixar de ser mulher
E anjo me transformar.
Ah candura deste bailar, que rodopia
Beija a flor, voa e cria círculos pelo ar.
Adoça-me com teu voar
Eu ganho asas de pássaro
neste meu sonhar.
Voar, voar, voar…
É tão sublime
Para uma
Simples poeta
Voar sem sair do lugar.
Voar, voar…
Voar, no ar.