O RELÂMPAGO
Era criança, ainda me lembro,
Numa tarde, certo dia,
Um relâmpago anunciou
Que a chuva já caia.
Da minha casa ao longe eu via
Lá na estrada a caminhar
Um casal de andarilhos
Bem feliz a passear.
A chuva já era forte
Mais ainda, lado norte.
Os dois sem proteção
Puseram-se a correr,
E dentro de um barracão
Eles foram esconder.
Perto do barracão, em linha,
Árvore alta ali se tinha.
Foi quando de repente,
Luz forte, quase ardente,
Céu e terra iluminou.
Raio forte e bem certeiro
Cortando a árvore ao meio
Ali mesmo a derrubou.
Infelizes pobres andejos
Que na casa escondia
A árvore que ali caiu
Em destroços a transformou..
Felizmente ali guardado
Velho carro de boi ferrado
Foi tudo que agüentou.
Por debaixo do velho carro
De madeiras resistentes,
Bálsamo puro, e bem tratadas,
Eles ali bem escondidos,
E certamente esbaforidos
Viram quase inconscientes,
Suas vidas resguardadas.
Salvaram-se os andarilhos
Por milagre é o mais certo!
Fazendeiro chorou muito,
Vendo aquilo, bem de perto.
Tomou uma decisão
Que a todos agradou.
Pegando o velho carro,
Pra sua casa, o levou.
E no canto de uma sala
Em altar o transformou.