O RELÂMPAGO

 

Era criança, ainda me lembro,

Numa tarde, certo dia,

Um relâmpago anunciou

Que a chuva já caia.

 

Da minha casa ao longe eu via

Lá na estrada a caminhar

Um casal de andarilhos

Bem feliz a passear.

 

A chuva já era forte

Mais ainda, lado norte.

Os dois sem proteção

Puseram-se a correr,

E dentro de um barracão

Eles foram esconder.

 

Perto do barracão, em linha,

Árvore alta ali se tinha.

Foi quando de repente,

Luz forte, quase ardente,

Céu e terra iluminou.

Raio forte e bem certeiro

Cortando a árvore ao meio

Ali mesmo a derrubou.

 

Infelizes pobres andejos

Que na casa escondia

A árvore que ali caiu

Em destroços a transformou..

Felizmente ali guardado

Velho carro de boi ferrado

Foi tudo que agüentou.

 

Por debaixo do velho carro

De madeiras resistentes,

Bálsamo puro, e bem tratadas,

Eles ali bem escondidos,

E certamente esbaforidos

Viram quase inconscientes,

Suas vidas resguardadas.

 

Salvaram-se os andarilhos

Por milagre é o mais certo!

Fazendeiro chorou muito,

Vendo aquilo, bem de perto.

 

Tomou uma decisão

Que a todos agradou.

Pegando o velho carro,

Pra sua casa, o levou.

E no canto de uma sala

Em altar o transformou.

 

 

 

ÁLVARO ALVIM
Enviado por ÁLVARO ALVIM em 04/05/2023
Código do texto: T7780149
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