Vidas flutuantes

Pairando em pleno ar, vidas perdidas,

Revivem ressupino, um albatroz.

São lágrimas funestas e sofridas,

Logrando peripécias mal vividas,

Levando um sentimento rude e atroz.

São vidas que não vivem neste mundo,

Pertencem ao voraz; coisa ruim.

Desprovem de prazer e amor fecundo,

Sem senso de fulgor belo e profundo,

Sem início, sem o meio e sem fim.

São vidas meramente flutuantes,

Sem arrependimento e sem perdão.

Nos pávidos rubores, são silentes,

Carregam malfajesos salientes,

E pérfidos amores na paixão.

São vidas flutuantes recidivas,

Dispõem nos semelhantes, rudes ais.

Ardumes tão mortais quão águas-vivas,

Camuflam muito bem, são bem furtivas,

São seres insensatos; marginais.

Valério Márcio
Enviado por Valério Márcio em 27/04/2023
Reeditado em 28/04/2023
Código do texto: T7774597
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