''Aqui jaz você''
Te alerto
Com certo temor
Para que olhe esta fraqueza
E me dê absoluta certeza
De que serão estas as palavras
Que irão em seu epitáfio.
Que você deseja morrer
Sobre este ninho de ovos podres
Sem buscar a redenção
Sem buscar a absolvição
De todas essas filosofias
Que execram tua paz.
''Aqui jaz você
Morta por futilidades
Desgostosa pela verdade
De que nem sempre o mundo
Vai te acolher de braços abertos''
Mantenha amigos por perto
E mais perto que estes, teu abrigo
Que contém uma goteira ou duas
Mas provém mais que as intempéries lá fora
Mesmo de forma dúbia, destemperada
Quatro paredes e um teto soam melhor que nada.
Não torne em desforra o desfavorável
Não favoreça o impraticável:
A doce faca de dois gumes
Que corta da base ao cume
Uma montanha perfeitamente escalável.