INVENTO ALGO
Às vezes invento algo. Um caminhar... Onde existam bosques e árvores densas, onde guardar memórias ando pela vida. Às vezes sem vontade. Como em pesadelos. E invento dias melhores. Um futuro onde sossegar o corpo e entregar a pele ao frio das manhãs. As estações passam por mim como pirilampos no verão. Depressa chegam. Depressa partem. E não há um momento em que a consciência consiga pensar o dia exato que estou. Apenas se é hoje ou amanhã. Tenho uma vaga ideia dos dias porque o corpo adormece e acorda em diferentes lugares. Sei quando escurece porque não se veem as nuvens. Tantas vezes me esqueço de mim mesmo. Descubro que idade tenho porque me dói andar. O meu maior medo é morrer sem me lembrar de quem me fez feliz.