Pedro, vida e morte.
Era dia e Pedro nasceu
Madrugada de junho, era fria...
O sol, tão cedo se pôs
E o corpo pequeno, tremia.
No lar sobre estacas, as madeiras
Das quatro paredes, rangiam.
O frio nas arestas adentrava
E os ossos gelados, doíam.
Somente o leite e corpo
Da pobre mãe o aquecia
Pedro, de nada sabia,
Pedro, nada conhecia.
E foi crescendo aos trancos
Dentro de seu pequeno mundo
Comida era o que se pescava
No córrego largo e imundo.
Dos livros, só tinha a distância
Da vida, tão pouco aprendia
Seu caráter assim se formava
Por tudo aquilo que via ...
O pequeno Pedro crescia,
Solto e largado na vida.
A mãe, de doente morreu
E Pedro ficou sem guarida.
O tempo lhe trouxe desejos
Sonhos de ter, de consumo.
Com a roupa do corpo, partiu.
Fez da cidade, seu rumo.
Nas ruas, muito conheceu
Tudo o que não deveria.
E quis buscar na violência,
Tudo aquilo que queria.
Roubou, traficou, assaltou...
Entrou nessa vida a fundo.
Seu nome ficou conhecido,
Nas páginas do submundo.
Pedro, que nasceu pobre...
Pedro que nunca aprendeu...
Pedro que nada sabia...
Pedro, tão jovem....morreu!