Interior
Vá até a praia
Se esqueça do medo
Molhe os pés
Eu guardo teu segredo
Transforme trincheiras em rosas
Seja leão, seja yoga
Esteja sempre de passagem
Seja rumba, seja prosa
Me conta,
Me conta da próxima viagem
Seja a terra que se acaba antes do olho
Explosões que de tão dentro já se mudam
Que doem até dormir
Que não são míngua nem mágoa
Mas esquece não, tá?
De dar tchau antes de ir
Balance, vergue, mas não caia
Tá, canse as vezes de ser corpo
Canse as vezes de ser valsa
Me diga coisas que não lembro
Mas que todos os meses pra ti,
sejam dezembro
Pinte as estrelas no céu
Se refugie em si
Seja um peixe num aquário grande
Nem plano, nem cartesiano
Mas seja dos que foge
Dos que ganha o oceano
Guarde o que estou lhe dizendo
Pode ser lâmina, mal ou veneno
Nenhum desses te alcança
Você veio pra colorir as tevês P&B
Pra fazer o mundo abrigo
E dizer pra mim e pro resto
"Vá pro inferno, você e seus imperativos"