voltando à vida
saberemos dos sonhos guardados no silêncio
daquilo que não dizemos; do que recusamos a
expulsar de nossa garganta
pelo passeio à primordial escuridão
que descemos entre os pensamentos.
dias claros, noites em claro,
o mesmo desejo
gritado em cada esquina,
o mesmo coração
batendo em cada copo,
o mesmo par de olhos
fechando antes das
cortinas,
a língua inchada
de um senso escondido
às pressas
a fim de perder algo
para enfim
ter o que se procurar.
quem diabos
faria isso?
por que você
seria assim?
aonde estamos indo, senão
ao iminente fim que se estressa
com nossa demora?
Você. Não. Consegue.
e ficaria tudo bem ouvir a própria voz
diante desse espelho embaçado
que se recusa a mostrar quem você
verdadeiramente
é.