O Medo da Morte

Quem é que se preocupa

Com o gemido final que é a morte?

E o meu último respirar perante

A foice fatal, como será?

Serei cremado como desejo

Ou estarei rodeado de falsos amigos sentados

Em frios mármores de um cemitério?

O curto instante de ser é aqui,

Confraternizando com as pessoas amadas

E tentando transformar o mundo,

Não me agrada nada como ele é!

O medo da morte é o caminho da inutilidade,

Espírito apequenado, cenário do nada.

Por que negligenciar a vida?

Livre é o homem que pouco ou

Nada pensa sobre o caminho final.

O que importa está aqui, no fazer terreno...

O dito lado de lá são vazias promessas.

Enquanto vivo, me equilibro em corda bamba,

A fria dama é sensação inexistente.

De meu crânio e veias brotam

A verborragia contra os incômodos,

Os malabares que exercitam com destreza

As argolas e facas compostas

De escolhas e consequências.

E quando a pirotecnia dos átomos findar?

Eu fui, não sou mais,

Boas experiências vividas,

Memórias para meia duzia de amigos,

Amor plantado nos familiares,

Tateei o mundo, combati o bom combate...

Vivi, acabou, não me importo!

Dennis de Oliveira Santos
Enviado por Dennis de Oliveira Santos em 28/03/2023
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