Ilustração: João Montanaro, para a Folha de S. Paulo
A PANDEMIA FINAL
Para que adianta intelectualismo?
Para quem falar sobre marxismo?
E a dicotomia com capitalismo?
Da banalização do termo, “fascismo”?
Sobre o genocídio que foi o nazismo?
Do expurgo semita pelo stalinismo?
Das revoluções e seu cretinismo?
Das religiões históricas e o barbarismo?
Da filosofia e do cientificismo?
Da natureza das coisas e do ateísmo?
Do Deus Criador e do platonismo?
De Aristotélica e do Silogismo?
Da felicidade e do epicurismo?
Do Movimento Cínico e do Estoicismo?
Da vinda do Mestre e do Cristianimo?
Da História das artes e do Iluminismo?
Da crescente onda de charlatanismo?
Da má intenção do tal “progressismo”?
Da ociosidade e do vandalismo?
Afinal, a quem falar sobre tanto “ismo”?
Ante a publicidade e seu Catecismo
E a Inteligência do artificialismo;
Do último iPhone e do roboticismo
Que, de cabeça baixa e sem pragmatismo,
Leva o homem orgânico rumo ao abismo
Da baixa Idade Média e do obscurantismo.
Com a queda do livro no mar do ostracismo
Morre o Sublime e o Racionalismo;
Pela pior das pestes que está em modismo;
A qual se transmite pelo consumismo,
Das tais Redes Sociais e o telefonismo;
E, é o fim de tudo e do Existencialismo
Pela Pandemia do Analfabetismo.