Ilustração: João Montanaro, para a Folha de S. Paulo

 

 

A PANDEMIA FINAL

 

Para que adianta intelectualismo?

Para quem falar sobre marxismo?

E a dicotomia com capitalismo?

Da banalização do termo, “fascismo”?

Sobre o genocídio que foi o nazismo?

Do expurgo semita pelo stalinismo?

Das revoluções e seu cretinismo?

Das religiões históricas e o barbarismo?

Da filosofia e do cientificismo?

Da natureza das coisas e do ateísmo?

Do Deus Criador e do platonismo?

De Aristotélica e do Silogismo?

Da felicidade e do epicurismo?

Do Movimento Cínico e do Estoicismo?

Da vinda do Mestre e do Cristianimo?

Da História das artes e do Iluminismo?

Da crescente onda de charlatanismo?

Da má intenção do tal “progressismo”?

Da ociosidade e do vandalismo?

Afinal, a quem falar sobre tanto “ismo”?

Ante a publicidade e seu Catecismo

E a Inteligência do artificialismo;

Do último iPhone e do roboticismo

Que, de cabeça baixa e sem pragmatismo,

Leva o homem orgânico rumo ao abismo

Da baixa Idade Média e do obscurantismo.

Com a queda do livro no mar do ostracismo

Morre o Sublime e o Racionalismo;

Pela pior das pestes que está em modismo;

A qual se transmite pelo consumismo,

Das tais Redes Sociais e o telefonismo;

E, é o fim de tudo e do Existencialismo

Pela Pandemia do Analfabetismo.

Luiz Carlos Gomes
Enviado por Luiz Carlos Gomes em 25/03/2023
Reeditado em 25/03/2023
Código do texto: T7748265
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