A Vida e Seus Abismos aos 38 Anos

Eu preciso do mundo, de suas cores,

De seus cheiros, seus sabores.

Mas ele é indiferente a mim,

É uma noite que não me embala o sono,

Livro que oculta respostas em suas páginas.

Mantenho meus esforços,

Aprecio os jogos dos dias por prazer

Mesmo que a direção dos caminhos

Não seja guiada por um divino maquinista

Ou racional mapa de ação.

Pinto belas obras no estar vivo,

Sou eu o único responsável pelo fardo

Das responsabilidades e escolhas assumidas.

Viver como quem está ferido, enfermo

Por uma angústia

E mesmo assim golpear com revolta

Os abismos que consomem os ânimos.

Viver como quem inventa uma alegria

Mesmo nos dias nauseados.

Viver uma vida criando valores,

Plenos sentidos e respostas

Que superem qualquer situação,

Se rebelem contra qualquer grilhao

Ou a mudez do universo.

Fazer as próprias escolhas

Nos tortuosos caminhos.

Não sou fisicamente idoso,

Mas muitos dias tenho 80 anos de idade.

Sou um velho em um corpo de um jovem,

Com os 38 ainda sinto um grande desejo de

Relembrar memórias em fotografias,

Acalmar os nervos na praia,

Saborear um cabernet,

Beijar a mulher amada,

Rir com amigos,

Apreciar a companhia dos pais,

Incomodar o crânio com instigantes leituras,

Abraçar a vida como ela é.

Estar presente no caótico mundo,

Indiferente a morte.

Na minha ação,

A felicidade,

O contentamento,

O sentido

De existir!

Dennis de Oliveira Santos
Enviado por Dennis de Oliveira Santos em 20/03/2023
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