Procuro-te...
Ando absorta e solitária pelas ruas vazias desta volátil vida
Observo e vivo todas as estações que vão se perpassando
Sonhadoras imagens de tua silhueta nas estradas correndo
Atropelo o tempo e fico sem mais nenhum tempo nesta vida
Procuro-te?
Agasalho-me, desagasalho-me, frios e calafrios nas estações
Perpasso movimentos do inverno e exacerbo nas primaveras
Deslumbro imagens corredoras esvoaçantes, boas quimeras
Outono, vejo teus pés pisando nas folhas caídas em volições
Procuro-te?
No verão te esvais com o abrasante calor, corres insanamente
Sem deixar rastros nem vestígios com passos leves e fugitivos
Vaporosamente te extingues diante dos olhos contemplativos!
Ondulam sentimentos em momentâneos prazeres conscientes
Procuro-te?
O sol se pôs, abandono-me na noite turbulenta com percalços
Sons que afugentam meu sono e imagino-te flutuar com os anjos
Almas sem rumos que vão em busca de ti, fortes e fiéis arcanjos
Transfiguro-me em flores perfumadas, pisando firme e descalço
Procuro-te?
Texto – imagem: Miriam Carmignan
Poema- vida- reeditando